quinta-feira, 23 de outubro de 2008

CULTURA E RESISTÊNCIA POPULAR - O QUE É QUE O SAMBA TEM?

Por Maria da Conceição Freitas – Educadora licenciada em História


A trajetória histórica da cultura brasileira se debruça na influencia das etnias que aqui se fixaram a partir do processo de colonização. Dentre essas influencias destacamos aqui o povo negro, que arrancados do seu mundo, trouxeram seus símbolos e significados, como é o caso das rodas de Semba e da Umbigada. Esses elementos sofreram uma reelaboração conceitual e originaram inúmeras manifestações culturais tipicamente brasileiras, não só como forma de entretenimento, mas também de resistência e afirmação das massas e passaram a representar os anseios do povo, por liberdade e manutenção das nossas tradições.
Precisamos difundir sobre a importância do SAMBA, como um dos eixos da nossa cultura, sendo extremamente significativo para reconhecermos nossa identidade. Os especialistas garantem que o samba não saiu de moda e não há como derrubá-lo, afinal “Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”.
O samba tem a capacidade de abraçar a todos e todas, seja ele, Duro; Chula; de Roda; Choro, em Bossa Nova (o chamado Samba Bip bop). O importante é sambar, entendendo que ele é sinônimo de paz, de construção de saberes e valores. As experiências adquiridas e trocadas nas rodas de samba fizeram surgir os movimentos dos sambas juninos, nascidos nos terreiros de candomblé e em bairros da periferia de Salvador, buscando revitalizar o elemento cultural e reacender a capacidade de resistência popular, principalmente dos que vivem à margem da sociedade. Portanto é necessário que vejamos essa manifestação como um ícone da nossa história, não é à toa que o Ministério da Cultura anunciou a indicação do SAMBA, junto a UNESCO, para ser tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade.
É isso aí. E que venha o SAMBA!

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